A seca é um problema antigo do semi-árido piauiense, onde agricultores lutam para produzir algo apesar da escassez de água. No início do ano, no entanto, quando começa o período de chuvas, o oposto às vezes acontece. Com água demais, rios, lagos e barragens transbordam e também causam transtorno. Atualmente, cinco municípios piauienses estão sob vigência de dois decretos de emergência diferentes: um por conta da estiagem, e outro por causa das chuvas.

Wall Ferraz, Pajeú do Piauí, Curimatá, Júlio Borges e Dom Inocêncio decretaram emergência neste mês de fevereiro, enquanto ainda estão sob vigência de outros decretos, estes por conta da seca, publicados anteriormente. Cada decreto tem validade de 180 dias e permite que o município tenha acesso a recursos para conter uma situação emergencial de forma mais rápida, com a parte burocrática simplificada.

Apesar dos problemas serem opostos, a publicação de um decreto não anula a validade e os recursos financeiros, humanos e tecnológicos destinados por conta do outro, como explica o diretor da Unidade de Defesa Civil do Piauí, Vitorino Tavares. “Veja o caso de Dom Inocêncio. Lá houve chuvas muito fortes, que ocasionaram uma enxurrada e o sistema de drenagem foi incapaz de lidar. Isso não quer dizer que não vai ter problema com a seca depois, que aliás deve ser até maior, já que a barragem estourou”.

Além destes cinco municípios, Castelo do Piauí está sob vigência de um decreto de emergência apenas por conta das chuvas, enquanto outros 159 municípios sofre situação emergencial com a seca. Para que esta situação seja reconhecida, é necessário que sejam cumpridos alguns critérios, como uma determinada porcentagem de prejuízo econômico para o poder público e privado, a impossibilidade de realizar alguns serviços públicos, entre outros.

G1